quinta-feira, 27 de junho de 2013

Marcas



Olho para mim e vejo, os meus desejos insaciáveis me forjado, me (des)construído por dentro. 

Não sei bem onde levarão estes e os outros caminhos que projeto, sei que tenho produzido rotas para dentro e para o fundo de mim que parecem não ter fim...

A natureza das ações e dos fatos que estou mergulhado, só representa a nítida certeza do que não sou, ou que não quero ser. Nem sempre dizem algo ao meu respeito, nem sempre falam de mim...

Estou uma vela estendida em alto mar... Sinto o vento penetrar minha pele, sinto-me destruindo por dentro...

Estou largando-me de tudo que um dia me era parâmetro, me é algema...

Abandonado em mim, percebo as marcas que me pertencem, que me fazem... Preciso organizar meu caos, sem que a sedução de andar no limite me invada e me faça...

Olho para o alto, atenção na esquina, é hora de prosseguir, ir mais e além... Eis minha prisão pessoal da qual quero me libertar...

Entre contratos que se enceram, vozes descritas e tiros de redenção, busco por algo que me cure de mim, que me domine, e me ensine o rumo do próximo passo...

Picos de amores em intensidades desequilibradas temperam a minha luta interna.  Eu x Eu...

E Eu sempre perco...

O tempo que entra pela janela é relativo, e o corpo com suas marcas parecem desaparecer entre imagens e ideais...

Mais um dia.

Um comentário:

  1. Belíssima poesia, que ao que me parece é apenas vida, um dia de um poeta e suas angústias.

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