sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Porta Entre Aberta

É o nosso caso
Uma música inacabada
Uma visão privilegiada
Uma porta entre aberta

Ver-te
Desperta-me Eu
Causa confusões
Promove tensões
Resgata-me

Entre vozes e beijos
Lembranças e desejos
O mundo
E suas circunstâncias
Que nos rasga

Tensões e acordos
Atritos e pegadas
Distâncias significadas
Sentimentos que se dissipam
Assim nos somos

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Momento de pausa

A janela está fechada para o mundo
Daqui de dentro (re)existindo
Faxinas que demolem 
Não
É a resposta para o momento 

O sol pelas frestas
Penetra meus bloqueios 
Alivia as minhas veias 
E permite a vida passar, seguir

Sorrisos e lágrimas
A voz rouca
Inevitáveis lembranças

Compreendendo as derrotas  
E a luta
Entre os medos e as certezas 


Estruturas se abalam
Outras se fortalecem
Enquanto isso
Coloco as coisas no lugar

Retomo meu eixo
Ainda abalado
No meu tempo 
Que é quando




quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Deslizando

A garrafa de vinho tinto suave
Gole a gole esvazia
Lentamente me retira o eixo

Saudades do que tive
Dores dispersas
Ao que não posso ter

Sentidos correntes
Mágoas, alegrias e solidão
Distâncias, temperamentos e (re)encontros
Liberdade ou prisão?

Defronte a mim, refaço
Fortaleço escudos, estraçalho
Ganhar ou perder?
Determinadas lutas simplesmente não importam

E caminha por entre tristezas e glórias
Desliza em trilhos por onde segue a vida
Sentidos fortalecem
Àptidão por ser o que sou







segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Número 4



Somos par
Dois demais para sermos um
Um de menos pra determinar
Se há certar

Você daí
Eu de cá
Sempre há 
Quando há

Duas, quatro, 
seis vezes
Oito até
Se bobeiar

Somos só nós
Que é sempre mais que dois
Com universo entre pernas
O mundo na janela
Que observamos passar

Pensamentos e fantasias
Força e confusão
Medo de nus sermos
Assim como somos

Nenhum
Nem dois
Nem três
Talvez de quatro
Nossa equação

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O Flerte


Ela chega e analisa
Faz o raio X do ambiente
Percebe olhares e sorrisos
Encontra belezas 
E elementares intenções

Percebe a preto
Percebe o pardo
Percebe a branco

Para onde ir?
Adora o sorriso
Encanta-se com o aroma
É seduzida pela voz
Mas busca reciprocidade

De cá ela
De lá eles
Afasta-se 
E o flerte começa

Lança olhares
Fotografa
Percebe a espessura dos lábios

Imagina-os beijos
Imagina-os toques
Imagina-os na cama

Tomada
Domada
Realizada
Reciprocidada

Ele percebe que ela o olha
E já a deseja
Os olhares dialogam
A aproximação é inevitável

No compasso da música
Ela se aproxima
E ele a convida

Ele toca a pele dela
Como se estivesse nua
Ela se ajeita
E se lança na sedução
Ambos acendem
Com o doce cheiro da respiração

Ele fala
Ela sorrir
Ela tenta 
Ele esquiva
Eles perseguem
Lutam
Ela a quer
E ele mais ainda

A música no final
Os passos ficam lentos
As armaduras caem
Os olhares se comunicam

E a fusão acontece...