quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Estas Tais Metamorfoses...


Como dói crescer...

Ver o corpo se mutilando com o passar do tempo...
Embora preferirmos usar eufemismos para esconder as mais puras verdades, nossas tragédias, decepções, limitações e medos preferimos sempre a busca da imagem mais bela, do ângulo mais perfeito, como fazemos quando vamos tirar fotografias... E quando a imagem não fica legal, a gente simplesmente, deleta... 
No centro Eu aos 4...

Como seria legar ter um botão deste “delete” em algumas coisas da vida né? rsrsrsrrsrsrsrs... Pessoas chatas, momentos tristes, saudades, virariam fumaça...

A procura sempre da melhor imagem a passar, não importando se por dentro estejamos fétidos, em estado avançado de decomposição, não vemos mais condições de viver sem uma das maiores vaidades da modernidade, o “hedonismo”. De forma bem superficial, se traduz nessa busca incontrolável que temos pelo prazer...
Aos 12...


Venho notando meus processos, minhas transformações, meu hedonismo e sobre tudo isso quero refletir hoje nestas poucas palavras...

Aos 18...
Alguns momentos da vida nos exigem tomadas de decisões sérias, como decidir qual caminho seguir dali para frente... Duvido que a experiência da encruzilhada, não seja comum há muitos sobre esta terra... Começa pelo o que vestir? O que comer? Para onde ir? Depois naturalmente fica mais complicado, quem vou namorar? Qual faculdade cursar? Vou casar? Qual carro comprar? Quantos filhos ter? E por aí vai...

É certo que não temos as respostas prontas para todas nossas dúvidas, mas inevitavelmente ás consequências de determinadas decisões, causam desdobramentos imensuráveis que às vezes nos perseguem por toda a vida...  


Aos 22...
Venho sendo pressionado por mim mesmo, pelo meu orientador do mestrado, pela minha orientadora da pós, pela saudade do meu sertão, em produzir, escrever, ler, me formar bem... Mas algo interessante me aconteceu na madrugada de ontem, quando indagado por uma amiga que com todo o carinho, observou erros ortográficos e de concordância em meus textos já publicados aqui... Imediatamente, e com ela, fui corrigindo cada um deles, e nossa como eram muitos... rsrsrsrsrsrsrs. Fui dormir indignado por perceber o quanto despreparado eu ainda estou, e após a noite e o dia de hoje, ainda com receito dos meus erros, compreendi que exatamente a apropriação do hedonismo, faz com que cobremos tanto da gente, que a cobrança nos impossibilita de mostrar quem somos, no meu caso, uma pessoa em construção... Lógico que terão erros ainda, nossos limites não podem nos enfraquecer, pelo contrário, deve nos potencializar...

Ao chegar a essa conclusão, percebi que as tais dúvidas que tanto me assolam, em especial as sobre o meu processo de existência, que nunca em minha estória foram tantas, neste momento precisava de um basta por está destruindo as minhas maiores verdades... Sei que é inevitável a dúvida, já dizia o René Descartes... Estes processos são um saco, dolorosos e muito pesados, eles destroem-nos por dentro e minam nossas bases com o mais forte e poderoso explosivo... Não sobra nada...

Aos 25...
Venho tentando me encontrar diariamente, no que tem restado de mim após já tantas reflexões, tantos livros e tarefas que tenho que cumprir para chegar em, sei lá qual lugar... Meu orientador disse hoje na reunião coletiva, que fazemos escolhas, então “saímos da esquina”... Usou sabiamente a metáfora de quando ficávamos na esquina conversando com amigos, sem noção do tempo e das consequências, e quando nos dávamos conta, já havíamos saído e quando por lá passamos, vemos alguns que permanecem no mesmo local, parado olhando a vida passar, outros novos nos substituindo, e muitas vezes no silêncio de nosso âmago fazemos julgamentos, pensamos, ficaram atrasados, como certamente somos julgados por eles que nos acham metidos, porque entramos na faculdade, compramos um carro, temos um razoável emprego... Mas enganamos quando pensamos que deixamos a esquina para traz, o que fazemos é a transferir para outros lugares, outros amigos, que às vezes se faz na faculdade, no trabalho, na igreja, buscaremos sempre um lugar para comportar nossa mente por que alguns lugares simplesmente não mais é capaz de abarcar nossa complexidade...


Fiquei pensando como tirar a angústia que já construí nesses meus passos de vida, e me lembrei de uma música que eu ouvia, quando ainda ia a igreja ouvir os sermões desconexos dos padres... A música diz: “Não dá, mais para voltar... O barco está em alto mar...”

Aos 26...
É verdade, não dá mais para voltar... A esquina de minha casa, já não comporta minha complexidade... A igreja já não me dar o alívio espiritual que eu conseguia encontrar antigamente... Como dói isso... Na medida em que vejo meu corpo também ir se consumindo pelo tempo, 93 Kg, bem espalhado por estes 1,75 metros, com ligeira concentração do peso nas pernas e na região abdominal, esta última vem me exigindo esforços horríveis para dissiparem, mas enfim, percebo que não dá mais para voltar... infelizmente. Eu fui contaminado pelo vírus mortal da crítica e da dúvida e creio que jamais poderei voltar a ver as coisas como antes... O Arphuador, lugar que gosto muito de ir aqui no Rio, uma grande pedra que possibilita ver o mar como em nenhum outro lugar desse país, tem um cheiro horrível de urina, assim como o Pelourinho na Bahia, o centro de Belo Horizonte que esconde ratos enorme que sai durante a noite para cumprimentar as pessoas na rua...

Aos 27...
Percebo que com isso, ando para um fim. O fim da juventude que já não me permite ver as coisas com tanta animação, o fim de um ciclo que traduz a mudanças dos meus esforços... Hoje escrevo mais, penso mais, sou mais flexível... Aprendi a aprender mais, a falar menos, a economizar energia... E assim vai se encerrando até que o sopro da vida pedir licença do corpo físico, daí nesse momento é importante que eu tenha preparado outros Julianos, que empolgado e apaixonado pela vida, queria tudo de uma vez só... Nesse momento não haverá maior vaidade que a de gozar a vida de forma simples e calma como um idoso experimenta tudo...

Então porque tantas cobranças?

Por que racionalizamos tanto, muitas vezes coisas óbvias?

Por que crescemos?

Alguns minutos... Aos 28...
Tais indagações fazem parte de meu hedonismo particular, em especial, por ainda apegada a minha juventude sofrer com o fato da mesma já se despedir, deixando para traz desejos, sensações, gostos e inconsequências que certamente como adulto, não caberão vivê-las... Pode ser que estas dívidas e a superação delas me ajudem a entender que viver é a maior das artes, mas isso, eu creio que já sei, ou talvez a entender que esse momento é somente mais um daqueles que passamos quando precisamos mudar de postura ou de enquadramento social, como de quando criança lutamos com todas as forças para sermos aceitos como adolescente... Mas como pode? Se ainda sinto falta de minha fase na puberdade, quando adolescente queria transar com o mundo, sempre excitado com as possibilidades da vida e com os acontecimentos que exigia se materializar... Acho que esse conflito, nem mesmo o Freud conseguiria me ajudar... rsrsrsrsrs...

Na verdade as coisas de adulto, já me são próximas... Esse é o fato. Falta do Amor que está longe... Vontade de ver a ramificação de minha família na Família Pereiruche, filhos... Tudo isso se mistura a um projeto de conquistas pessoal, que são na verdade coletiva, e as mudanças que neste momento vejo-me imerso perpassam por esse momento singular...

Há essas tais metamorfoses... Quando não complica nossas vidas, nos faz crescer...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Um Certo Alguém...

Salve, salve...

Instigado pelas amigas e amigos que gostaram da ideia desse portal pessoal, e da materialização das palavras que buscam traduzir meu ser no espaço e tempo, com suas críticas positivas me incentivam a continuar este projeto, mas também depositam suas cobranças que acho ótimo. Uma em especial que buscarei sanar neste texto, me incitava ao desejo de verem algum fragmento, fotografia ou frase de meus voados  pensamentos sobre as pessoas outras importantes, que se faz também minha Família, ou simplesmente parte indissociável de minhas idiossincrasias... de maneira bem especial e particular dedicarei minhas reflexões de hoje para três, que quatro são um, e que já me são parte...

Num conjunto de descobertas e interesses pessoais, somos por vezes, arrebatados por dinâmicas novas, que capazes, mudam definitivamente os rumos de nossas vidas... Muitas vezes a dúvida, que é o princípio do pensamento moderno somado ao medo de definitivamente ver nossos ciclos reduzidos pela necessidade de mudarmos de fase na vida, ficamos confusos e amedrontados até que a mudança de fato aconteça... E foi assim que tudo começou...

Entre olhares, sentimento de admiração e cumplicidade, desejos a flor da pele, que em jovens no pico de sua sexualidade se transformaram em carícia e sexo, a mágica capacidade da reprodução que por ventura nos possibilita aproximarmos de deuses e deusa, possibilitou ao mundo a existência de João Gabriel, vulgo... "JG".

Engraçado como esse garoto mudou a dinâmica ao seu redor, em especial a minha... E continua mudando...

JG
Possuidor de uma inteligência rara, fruto da fusão de um temperamento brando, manso da querida, amada e linda Elaine, e do frenético e inigualável Mateus, é possuidor de características que surpreende qualquer mortal. Acabei sendo contemplado, com a difícil tarefa, que também é uma graça, de ser quem ajudará a educar esse garoto, que em nossa cultura ocidental, cristã se estabelece na relação entre Padrinho e Afilhado... Não sei se correspondo bem esse papel se pensado na lógica do que essa tarefa se tornou em nossa cultura... Não sou de dar presentes, muitas vezes pela falta de recursos mesmo, outras por não encontrar algo especial a ponto de ser um simbolo que o potencialize... Entre os poucos oferecidos, um em especial quero compartilhar... Aprendi que meus descendentes ainda em África, ao receber um novo membro para a comunidade, ficavam de jejum até que a canção daquela nova criatura surgisse. Essa canção era uma identidade, que o acompanharia por toda sua vida. Na mudanças mudanças de fase de sua vida a musica era cantada, quando este cometia um erro grave, a canção era cantada, quando tomava uma séria decisão como casamento, ou saia para conhecer o mundo, ou estudar, a canção era cantada... Ao morrer esta canção pela última vez cantada, entregaria o espírito ao novo ciclo que começara com o advento da morte... Traços de uma cultura bonita que julgo capaz de grande transformações se  conseguíssemos a resgatar...

Cumprindo com minha parte nesse processo, achei um canto dentro de mim, em um momento que minha fé cristã estava bem aguçada, que fala de João Gabriel... do seu sentido e de minhas expectativas para Ele, e ainda bebê o entreguei ao som de um violão...

Fenômeno;
Inspiração;
Discípulo Amado, Anjo da Anunciação

Na pureza de seus olhos;
Veio ao mundo com a missão;
De anunciar o Amor a todos os corações...

Um filho amado;
Anjo fiel;
A pureza ressurgiu, veio ao mundo João Gabriel 
Um filho amado;
Anjo fiel;
A pureza ressurgiu, veio ao mundo João Gabriel
João Gabriel
João Gabriel

Um novo tempo te espera;
Para causar transformações;
Aprofundar o Amor em todo os corações


Pela pureza de teus olhos;
Sua graça e resplendor;
Fará surgir um novo tempo discípulo do Amor
JG e Eu em Pirapora

Sei que a música é uma cobrança muito pesada, e um dia há de refletir com ele que Deus da forma que hoje o entendo e sinto, não é tão exigente com agente, como pensava naquele momento, e que não é dever   dele ser um mártir, sua simples contribuição sendo solícito ao mundo e as pessoas e coisa que vive nele alegra aos olhos de Deus.

Mateus (tetinha), Elaine (cabeça), e Pedro Enrique, o novo integrante deste quarteto fantástico, agradeço por existirem em minha vida... Obrigado pelas alegrias, pela liberdade que me proporciona de abrir a geladeira de sua casa, de ter um canto e cama sempre reservado para mim onde quer que estejam e por ser parte... Amo vocês...


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Essa tal Família

Dizem por aí, nas entrelinhas de alguns livros e também nos discursos de muitos, que a primeira instituição social, grande responsável por parte de tudo isso que entendemos e vivemos na sociedade moderna é a Família. A ela cabe significativa parte dos bônus da modernidade, como geralmente percebemos nas falas fervorosas dos pastores petencostais,  padres renovados, políticos em época de campanha, entre outros, como também os ônus, por ser inegavelmente a primeira sociedade que experênciamos em nossa formação humana.
Primeira e Terceira Geração da Família Pereiruche

Esse aglomerado de pessoas que pactuam suas vidas por estarem ligados a um mesmo ventre, ou por laços de união cuja força suplanta a capacidade da racionalidade humana, será o centro de minhas análises hoje. Para tal terei nestas palavras, o prazer de apresentar a "Família Pereiruche" que sustenta minhas razões, escolhas, virtudes e aprendizados nestes anos que tenho acumulado de vida.

André e seu Filho Carlos Daniel
Acordei nesta manhã amena carioca, com a ligação de meu irmão Carlos André Gonçalves Pereira (O Responsável). Primogênito entre os cinco filhos dessa família, incluindo este que vos escreve, me propiciou a inspiração de hoje. É um sujeito compenetrado, consciente de suas potencialidades e de seus limites. Destrói as dificuldades para os demais irmãos por ser quem primeiro experimenta. É um grande exemplo para mim. O mais seguro entre nós. Dizia rápido ao telefone que ligava para fazer a ponte entre os desejos de nossa querida Mãezinha e eu.


Maria do Carmo Gonçalves Pereira (A Matriarca), que a muito queria comigo falar... Fui tomado por uma overdose de adrenalina e saudades. A exatos  46 dias não trocávamos olhares, sem dizer que nos últimos dias passados, fiquei ilhado na casa que vivo aqui no Rio, sem ao menos falar com alguém, a não ser meus violões que levam os nomes de Lau e Duca, apelidos carinhosos de meus pais. Foi um momento que dispendiou significativas cargas sentimentais, compartilhada pelas pequenas telas de dois computadores. A essa mulher não cabe palavras, nenhuma consegue traduzi-la. Atenta a tudo e todos é quem de fato manda e controla essa família.

Fascinado com os olhos pequenos de minha Mãe (de quem herdei parte significativa de tamanha beleza rsrsrsrsrs), pus-me a refletir porque tomamos atitudes como a de nos distanciarmos das pessoas que amamos? Qual a razão em construir caminhos que nos levam para longe de quem de fato sabemos que amamos e que nos ama? E porque deixamos quem amamos ir embora? 

Tais indagações me leva a crer que liberdade, no sentido real de seu uso, é uma atitude que está inteiramente ligada ao amor, muitas vezes aquele narcisista mesmo, mas outras, de um Amor Puro, como descreve Djavan na letra de uma de seus mais belos poemas de amor... diz: "um amor puro, não sabe a força que tem,... aqui ou em outro lugar, que pode ser feio ou bonito, se nós estivermos juntos, haverá um céu azul"... 

Tita, Tão bela mulher...
Por falar em Amor e puro, cabe nesta mesma linha citar a única e divisora de águas entre os irmãos machos, Patrícia Gonçalves Pereira (A Dócil,)... Incrível como nos parecemos, não na doçura, nem na beleza, mas temos em comum... Ela sabe com um simples olhar ver tudo que eu tento esconder... Impossível segurar as lágrimas... Essa garota me desnuda, quebra minhas barreiras, percebe o que tem por de trás de minha pele... A mais atenta entre nós. São muitas as histórias que temos juntos, construímos nosso mundo particular. Uma certa afinidade que poucos humanos alcançam, ainda mais entre irmãos, as vezes acho que era para sermos gêmeos, mas eu quis ficar um ano a mais hibernado dentro de minha mãe... Nós somos mais que irmãos, Tita e eu, nos complementamos de forma perfeita, porém a ela cabe a maior parte da beleza, infelizmente... rsrsrsrsrsrs.

Seu Lau e os netos, Daniel e Miguel
Família faz isso com a gente, nos obriga a repensar estratégias, força-nos a querer o mundo e ao mesmo tempo, voltar correndo para casa para comer o arroz com pequi que só a mãe tem o tempero certo. Ao som do violão de meu Papai que faz tudo ficar mais interessante. A ele, o único José Lauzinho Pereira (O Grande Homem) da face da terra, assim mesmo no diminutivo, cabe o resumo da mais bela obra de ser humano. Se existe perfeição de ser social e sociável, de pessoa que vive a ideologia comunista todos os dias, que se preocupa com o outro, que não se importaria se todos tivessem as mesmas coisas e seria feliz, esse é meu papai, um são nessa sociedade de loucos. Dariam a ele prêmio de pessoa mais realizada do mundo... Suas músicas falam bem disso. Esse cara só canta a felicidade que vive.  Sujeito simples, de um interior infinito, pouco encontrado entre mortais.

Miguel e seu Amado Titio Marquim...
No colo de minha irmã, apressava em falar meu afilhado Miguel Nunes Pereira (A Nova Luz). Ainda ensaiando as primeiras palavras, na Família, logo identificou a palavra titio... Mas se enganam, se  pensam que se referia a mim, Este é simplesmente apaixonado por meu segundo irmão Vildmarck Gonçalves Pereira (O Mais Sensato). Sua loucura, paradoxos e filosofias genuínas, conseguem fazê-lo, o mais coerente entre nós. Possuidor de uma inteligência rara, capaz de ver além do que os olhos simples da visão capitalista, cristã, empírica e moderna nos possibilitam, esse cara só se apega ao que lhe faz bem, e pelo tempo que lhe faz bem. Não tem medo de violentamente encerrar ciclos, ou de simplesmente abandoná-los. Sempre me ensinou muito e sempre me ensinará. Mergulhado em um novo projeto não pude vê-lo, mas dias atrás me deixou uma mensagem no faceboock que me arrancou grandes suspiros. Possui um apego aos meus pais que creio nenhum outro ter tamanho. Herdou quase tudo que o pai ensinava, com exceção do dom de compor, esse eu peguei primeiro rsrsrsrsrs... Consegue superar a gente em muitos casos... É um sujeito único, aprendo muito com ele, mesmo quando doidão está rsrsrsrsrsrs...

Meu pequeno grande Moi...
Por fim, mas não menor, pelo contrário, o maior entre os integrantes dessa família, meu querido irmãozinho caçula, Moisés Gonçalves Pereira (O Iluminado). Dele saiu Miguel sobrescrito, logo com sua cria não poderia ser diferente. É quem traz vida e alegria para a casa, para a família. Sempre sorridente cresceu em velocidade acelerada, não deixando para traz traços de sua infância e adolecência bem vivida, é bem difícil acompanhá-lo. Herdou juntamente com a Patrícia, a melhor parte dos DNA's artísticos do pai e da mãe. Um exímio profissional, o mais corajoso entre nós. Esse encara o mundo de frente, sem medo, culpa, vergonha ou outra coisa do gênero... Seus dreds, falam hoje muito de si... É um cara firme, ainda que amolecido pela posição de ser a eterna criança da família...

Bem, essa é somente a primeira parte, bem superficial dessa família que me construiu, me moldou, me formou e me fez quem sou, sendo os protagonistas de me fazer o menor e o maior entre os terráquios. Ainda cabem as vias perpendiculares, que são foram formadas a partir da união familiar do André com Poliana que resultou em Carlos Daniel (O Esperado), e a do Moisés, ou Noé, como é chamado no meio artístico com Suellen que nos trouxe Maria Fernanda, mas destes falo em outro momento...

Segunda Geração... Em ordem crescente...
A fusão de dois corpos negros (Lau e Duca) na segunda metade do século passado, resultou na existência destes cinco outros que vos apresentei, com exceção de mim, que pode ser lido no meu perfil ao lado rsrsrsr. Estes sete que formam a Família Pereiruche, também são um, quando o assunto é completude, felicidade e amor... É incrível a mágica da multiplicidade e da fusão quando o assunto é essa instituição, agrupamento social ou simplesmente... Família.

Lau e Duca... Os responsáveis

Nela se estrutura a maior e mais forte de todas as religiões, e se esconde o mais puro e mais instigante de todos os mistérios. Nesta para mim, está a mais importante e coerente de todas as sociedades e o mais perfeito sistema político. Se cabe a ela bônus ou ônus não me importa sei que esta aí de cima, é a reunião do que de mais valioso e sagrado eu tenho, e a mais importante matéria sobre a terra. A estes todo o meu Amor...

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Diário de Um (sobre)Vivente - Apresentação

Salve; salve...

Inauguro este espaço, para dar asas aos meus pensamentos e de alguma forma deixá-los disponível para  o mundo.

Sei, que a glória da eternidade chega para poucos, e entre os que são selecionados e a eternidade, há bem mais política do que um conto que valha a pena agente ler...

Vaidoso, mas não a ponto de querer ser eterno, buscarei fazer do "Diário de Um (sobre)Vivente", nome mais propício encontrado para chamar esse canal de comunicação, uma ponte do entendimento de meu ser, para com as coisa e fatos do mundo.

Estrada: Francisco Drumont/MG a Montes Claros/MG
Foto: Vildmarck Gonçalves Pereira
Superando as estatísticas, pulando os muros dos espaços mais restritos na sociedade burguesa moderna, percebi que já vivo em um tempo, que me possibilita descrever sobre a singularidade de meu ponto de vista para com a vida e os acontecimentos simples de cada dia, embora ainda eu precise, e talvez isso nunca mude, de me esforçar muito, todos os dias para continuar vivo, como parte singular de pessoas neste país.

Espero que minhas reflexões, conflitos, descobertas, angústias e vitórias, possam servir para outras pessoas encontrarem as respostas que procuram, ou pelo menos as ajude a refletir sobre elas. Buscarei na descrição dos estágios que vou superando, bem como, na descrição do estado que atravessando eu estiver, na árdua caminhada que chamamos de vida, poder servir de apoio, ou ombro amigo para mais alguém.

Como aprendemos a racionalizar tudo que ao nosso redor se materializa, desde René Descartes (1596 - 1650), passando a entender os fatos e momentos como fases de um ciclo que em algum momento esperamos encerrar, contarei parte de minha história, e a forma como vivo o momento presente, e supero meus principais conflitos, como maneira encontrada para deixar algo para os que eu tenho precedido, e para os que me precederam.

A vida tem acontecido de maneira cada vez mais dinâmica e rápida, mediante coisas que precisamos deixar para traz, sonhos de infância que são substituídos, quando não violentamente roubados, em especial a juventude, que de modo particular já á sinto distanciando, findando na forma dura, racional, real, árdua, capitalista e adulta de me comportar em sociedade.

Assim, buscarei explorar o quanto possível, essa minha fase que ainda preenchida de sonhos, utopias e vontade de transformação tentando manter um certo compromisso comigo em refletir diariamente e materializar ainda que de forma simplória e curta, sobre a forma como vejo esse planeta que habito, em especial as relações das coisas que respira nele consigo mesmas e com a natureza, até quando a utopia acabar, os sonhos secarem ou sopro da vida se despedir deste meu corpo.

Também este espaço será cenário de exposição de meu âmago, revelando a nudez de minha essência sem medo ou covardia de minha parte. O exercício aqui realizado, buscará hipertrofiar as áreas de minha vida que tenho habituado a esquivar e fugir. Neste sentido tentarei com o tempo, expor minhas verdades, mesmo quando o mentir, tiver sido for preciso.


Espero que a reunião das palavras por mim materializado neste espaço, em um momento qualquer de minha jornada pessoal na terra, possa um dia, fazer-me mais conhecedor de mim mesmo, bem como ser um ângulo para mim, ou para qualquer outra pessoa ler a história desse tempo, de um ponto de vista particular, masculino, negro, filho, irmão, amigo, estudante-bolsista, heterossexual "solteiro", embora realizado em paixões, alegre, cantante, ativista em um mundo doente, dicotômico entre violências simbólicas e silenciosas  e transformações, invenções, amores e ódio a flor da pele, e para finalizar emergido em um estado político democrático de direitos, mas nem sempre possível a todos.

A todas e todos interessados, apresento com muito carinho "Diário de Um (sobre)Vivente"...


Rio de Janeiro, 27 de Fevereiro de 2012, 00:20, horário brasileiro de verão...