sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

ESCORIAÇÕES A VISTA

O aroma do sabonete
Phebo amarelo
Espalha a alma
Que cansada de caçar espaços
Busca alento e repouso
Nos acordes do violão que chora

Afino as cordas
Limpo a poeira
Que ofusca o caminho 
Que liga minha razão
A sensibilidade do sentir
Do viver, do tocar
Do jogar-se
Do sorrir

No existir simples
Materializo aqui minhas revoltas
E meus desejos
Buscando-me entre outras coisas
Viver a humilhação de amar

E a cada palavra
A cada sorriso
E nova experiência
Permito-me cair
Marcas de escoriações a vista

Que seja

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Enfim Balzaquiano

O corpo parece bem, bom, como nunca antes...
Temi este momento, por um tempo...
E é justificável...

Umas das coisas difíceis nesta vida
É ver passar
O tempo em que se assumi como discurso de vida
E bandeira política...
Mas passa, e vais bem Juventude

Mas, enfim
30, 1,75, 85... minhas medidas, medidas...
Sinto-me bem com elas, e comigo
Preparado...
Pelo menos, mais confiante e certo de mim














E um pouco mais belo que ontem...


Sentidos atentos
Permito o calor da pele
Produzir os novos significados
Que me orientarão daqui para frente

Deste meu lugar
Olhando para mim
Percebo estar mais atento as cores
E permitindo sentir os sabores
Na velocidade que o meu paladar 

Uma vida
Vários momentos
Eu, pelas minhas trajetórias
Tornando-me 
O resultado das pontes atravessadas
E foram muitas...

Olhos fechados
Permito-me entrar neste outro passo
Aberto a arriscar 
E a errar os próximos compassos
Sem mais ter
A pretensão de ser compreendido

Chegam os 30, e chegam bem
Como uma dança
Que constrói seu ritmo
No simples prazer de dançar

Ainda muitos conflitos
Mas neste momento, outros
Quero mais intensidade
Mais densidade a vida amorosa
Um lugar no mundo para mim

E a marca no corpo
Que define o fim e o começo 
Desta perene travessia

Pois parte de minha vida é percurso
E a outra...
Também...




segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Nostalgia

O ritmo des-confortável
Deste chato trabalho 
Promove a vida
Que parece ir se assentando

Outras inquietações...
O compasso deste calor de verão
Dita o tom desconfortante
Desta jornada com dias e noites sem fim...

Falta-me algo
E sempre faltará...
A estabilidade é um saco, fato.
E o ócio, desta maneira causa arrepios

Nesta arquitetura teatral de sobrevivência
Leio novos livros, 
Despoluo-me
E vou poluindo-me novamente

Pausa para reflexão
Racionalidade a vista 
E os meus excessos sendo jogados
Para fora do mundo

Estou vago
Sinto-me meio vazio
Pronto para ser queimando

Ou preenchido por dentro

Outros momentos
Outras necessidades

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Estrada

Sinto-me chegando...
Chega-se a algum lugar quando se permite as travessias.

A vida é este ir e vir de corpos e pensamentos.

Tudo ainda me interessa e certas coisas passam a me prender.
Olhares e liberdades seguram
Não há um lugar, talvez o sertão que levo aonde vou
Talvez as novas passagens ainda não caminhadas...

Sinto o cheiro de casa
E o calor do abraço que ficou em um algum lugar, bem protegido...
Longe de mim um beijo
Pensamentos e intenções transam a fina teia do desejo


Eu ainda na estrada, assim, livre e sem condições
Como um caminho em curva, 
Suburbano e noturno, apto a liberdade da experiência