sexta-feira, 5 de julho de 2013

Juventude Negra



Será que vivo quando vivo?
A procura de mim
Nesse mundo 
Que não me ver
Minha existência frágil
Construída entre muros altos
Regula meu respirar
Controla meu agir e pensar

Sobre estas determinações
Não existo
Mal (sobre)vivo
Represento

Por aí vivo e morto
O meu corpo grita
Nas mais diversas direções
Enquanto os corpos se acumulam

Se houvesse mais tempo
Eu me destruiria
Me faria outro
Viveria

Mas me deram a morte
Em um copo de água

E com meu fim
A dor do existir se foi



Um comentário:

  1. Lembrei do poema de Agostinho Neto, "A Renúncia Impossível": http://www.agostinhoneto.org/index.php?option=com_content&view=article&id=537:a-renuncia-impossivel&catid=65:renuncia-impossivel&Itemid=233

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