quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

31 passos

Seria só passos, ou coisa parecida
Mas me dei conta ao andar
Que Eu criava uma trajetória
Uma história só minha
Peguei - me pensando nos meus Eu's
No quanto eu já não era mais
Aquele jovem sonhador
Provinciano de expectativas
Vi-me outro
Outros em mim
Rotulado e aprisionado
No que me define
Mas o que me define?
E seria possível
Uma definição de mim?
Duvido muito
Nestes largos 31 passos
Vejo-me em expansão
Como uma bolha de sabão
Que cresce no soprar dos ventos
E ganha o ar...
Lançado no universo até me explodir
Até me tornar outro
Ou somente Eu

sábado, 26 de abril de 2014

QUANDO CESSAM AS PALAVRAS

Após as palavras
ficam as intenções
que igual as palavras 
não envelhecem 
e dificilmente são esquecidas

As lembranças
amplificam
e fazem do hiato 
criado entre o real vivido
e o devir
uma travessia interessante

E estas nos explicam
Nos estrutura
Em si,
traduzem o que fica
o que nos resta

Faz dos momentos
especiais, únicos
aumentando nossos repertórios 
compondo a sinfonia de nossas vidas

Ficam mais que palavras
Ficam paladares
que são recrutados
sempre que os necessitamos
nas sensações capturadas
de nosso inconsciente 

Ficam também sorrisos
Cheiros e o que querer bem
Estas e outras sensações
Ficam, não passam

Sinta-as
Eu sinto-as
sempre que posso
ou preciso
Pois no final
é tudo só
o que fica

terça-feira, 8 de abril de 2014

Vazio

Quando se perde
Encontra-se
O que se tem
É o que fica
Mesmo quando despido

Somos enganados
A valorizar
O que acumulamos
Daí, nossos latifúndios.
E pra quê?

Mesmo quando
O que é acumulado
Perde a importância,
Ainda assim, nos faz falta
Perdê-los

O vazio é uma saída
De paz e alegrias

Que se completa
E nos completa
Na simples
Oportunidade de ser
E de existir em nós


sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

ESCORIAÇÕES A VISTA

O aroma do sabonete
Phebo amarelo
Espalha a alma
Que cansada de caçar espaços
Busca alento e repouso
Nos acordes do violão que chora

Afino as cordas
Limpo a poeira
Que ofusca o caminho 
Que liga minha razão
A sensibilidade do sentir
Do viver, do tocar
Do jogar-se
Do sorrir

No existir simples
Materializo aqui minhas revoltas
E meus desejos
Buscando-me entre outras coisas
Viver a humilhação de amar

E a cada palavra
A cada sorriso
E nova experiência
Permito-me cair
Marcas de escoriações a vista

Que seja

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Enfim Balzaquiano

O corpo parece bem, bom, como nunca antes...
Temi este momento, por um tempo...
E é justificável...

Umas das coisas difíceis nesta vida
É ver passar
O tempo em que se assumi como discurso de vida
E bandeira política...
Mas passa, e vais bem Juventude

Mas, enfim
30, 1,75, 85... minhas medidas, medidas...
Sinto-me bem com elas, e comigo
Preparado...
Pelo menos, mais confiante e certo de mim














E um pouco mais belo que ontem...


Sentidos atentos
Permito o calor da pele
Produzir os novos significados
Que me orientarão daqui para frente

Deste meu lugar
Olhando para mim
Percebo estar mais atento as cores
E permitindo sentir os sabores
Na velocidade que o meu paladar 

Uma vida
Vários momentos
Eu, pelas minhas trajetórias
Tornando-me 
O resultado das pontes atravessadas
E foram muitas...

Olhos fechados
Permito-me entrar neste outro passo
Aberto a arriscar 
E a errar os próximos compassos
Sem mais ter
A pretensão de ser compreendido

Chegam os 30, e chegam bem
Como uma dança
Que constrói seu ritmo
No simples prazer de dançar

Ainda muitos conflitos
Mas neste momento, outros
Quero mais intensidade
Mais densidade a vida amorosa
Um lugar no mundo para mim

E a marca no corpo
Que define o fim e o começo 
Desta perene travessia

Pois parte de minha vida é percurso
E a outra...
Também...




segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Nostalgia

O ritmo des-confortável
Deste chato trabalho 
Promove a vida
Que parece ir se assentando

Outras inquietações...
O compasso deste calor de verão
Dita o tom desconfortante
Desta jornada com dias e noites sem fim...

Falta-me algo
E sempre faltará...
A estabilidade é um saco, fato.
E o ócio, desta maneira causa arrepios

Nesta arquitetura teatral de sobrevivência
Leio novos livros, 
Despoluo-me
E vou poluindo-me novamente

Pausa para reflexão
Racionalidade a vista 
E os meus excessos sendo jogados
Para fora do mundo

Estou vago
Sinto-me meio vazio
Pronto para ser queimando

Ou preenchido por dentro

Outros momentos
Outras necessidades

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Estrada

Sinto-me chegando...
Chega-se a algum lugar quando se permite as travessias.

A vida é este ir e vir de corpos e pensamentos.

Tudo ainda me interessa e certas coisas passam a me prender.
Olhares e liberdades seguram
Não há um lugar, talvez o sertão que levo aonde vou
Talvez as novas passagens ainda não caminhadas...

Sinto o cheiro de casa
E o calor do abraço que ficou em um algum lugar, bem protegido...
Longe de mim um beijo
Pensamentos e intenções transam a fina teia do desejo


Eu ainda na estrada, assim, livre e sem condições
Como um caminho em curva, 
Suburbano e noturno, apto a liberdade da experiência